
A internet tem trazido grandes revoluções para o dia-a-dia real das pessoas. Mesmo aquelas que não possuem uma intimidade com todas as tecnologias que existem, estão inseridas em um mundo em que dados são transmitidos de forma instantânea.
A blogosfera, por exemplo, é sinal claro de que a sociedade está se transformando, ou se adequando a esta nova forma de interação com o mundo. Cada vez mais o ser humano está sentindo a necessidade de se conectar com outras pessoas, culturas, conhecer e transmitir pensamentos e opiniões, mostrar o que se tem de bom - o que é chamado pelos pesquisadores de Sociedade Líquida -, mas tudo isso precisa ser feito com muito cuidado.
"Não podemos agir de forma muito libertina dentro do mundo virtual. Mesmo que a tecnologia aumente a cada dia, as proteções sejam atualizadas, os perigos estão por aí. E eles surgem tão rápido quanto a maneira de retirá-los de circulação", diz o técnico em informática Luis Henrique.
E quando este assunto é voltado ao sexo, o perigo aumenta. Isso porque o sexo na rede traz discussões mais fortes dentro dos campos da ética e da privacidade. São vários os exemplos de pessoas lesadas com ações de invasão de privacidade.
Mas como se prevenir de situações como essa? Por que esta ânsia de mostrar momentos tão íntimos? A psicóloga Regina Silva tenta explicar. "O ser humano, principalmente o homem, vive pelo instinto de reprodução. E isso tem a ver com a quantidade também. E quando se tem uma ferramenta como a internet, as webcam, isso facilita muito. É querer mostrar o poder, a dominação que se tem do outro.", diz Regina.
Além dos comunicadores instantâneos, existem sites e salas de bate-papo exclusivos ao sexo. Neles pode-se encontrar de tudo: de fotos de diversas relações e posições a filmes eróticos ou pornôs, caseiros ou não. E este ambiente tem sido frequentado cada vez mais pelos jovens.
Em matéria publicada no dia 08/06/09 no jornal Folha de S. Paulo, o Brasil é apontado como campeão em acessos a sites pornôs. Enquanto a média mundial de acessos é de 41% entre homens e mulheres, aqui esta média é de 55%. Deste montante, 26% de jovens acessam sites pornográficos, enquanto outros 17% acessam salas de bate-papo erótica. Em grande parte, segundo a matéria, devido a falta de educação sexual dentro de casa e nas escolas.
O adoslecente Rodrigo*, 18, é frequentador de sites com conteúdo adulto. "Antes eu achava muito feio. Mas depois que eu comecei a me masturbar, a ter sonhos eróticos, a olhar mais para as garotas na escola e na rua, eu passei a ver esses vídeos todos os dias. Nas noites de sábado é quando eu me sinto mais à vontade: me masturbo enquanto eu vejo. Agora acho uma delícia", diz o jovem.
Essa fatia da população, nascida ou não neste contexto da internet e, portanto, já acostumada a navegar, precisa receber mais atenção, como afirma a psicóloga Regina. "Com certeza os jovens vão buscar mais aprendizado do que prazer. Hoje em dia a sexualidade está precoce. Os grupos de jovens também pressionam seus integrantes a ter os mesmos tipos de hábitos. E o sexo é um dos mais presentes. E muitas vezes ninguém da família sabe que os filhos acessam estes conteúdos", comenta.
O advogado Bernardo, 40, assustou-se ao ver a filha vendo vídeos de sexo. "Cheguei em casa e quando entrei no meu escritório e lá estava minha filha vendo vídeo que nem eu em minha adolescência via. Fiquei assustado. Percebi que nem os avisos que existem neste sites sobre serem de conteúdo para maiores de idade tem função. O correto mesmo é a conversa", diz o pai.
*nome alterado à pedido do entrevistado
texto e imagem por Matheus
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