Tinha alguma coisa diferente nela. Alguma coisa pré-estabelecida desde o telefonema de ontem e que eu não tinha sacado. Agora estou aqui sentado com essa cueca suja de três dias enquanto ela caminha em minha direção. E ela vem com essa coisa diferente que eu não sei o que é. Alguma coisa no quadril, não sei, me parece mais largo, será que ela engordou? Não, mas o quadril está diferente, acho que mais frouxo como se estivesse seguro por dois fios prestes a arrebentar. Um quadril frouxo, definitivamente debochado, puta merda, ela andou trepando. Maldita, vagabunda, diaba, piranha, manipuladora, que porra é essa? Meu pau ta duro? - Nada como a culpa pra reforçar a tesão. Ela chega perto e eu continuo sentado, encosta o peito no meu ombro me dá um beijo no rosto e me sorri esse sorrisinho mal disfarçado de quem fodeu a noite inteira. Safada, rameira, e ainda por cima diz que sentiu saudade, me chama de meu amor. Eu sabia que ia me ferrar - desde o começo - mordiaa nuca dela e ela arqueava as costas feito uma gata oferecida, dessas que se enroscam na perna alheia com o rabo levantado, interesseira, vadia, mentirosa. Eu sabia que ia me ferrar, eu metia fundo naquela boceta cheia de dentes macios e pensava; eu vou me ferrar, eu vou me ferrar. Dentro dela há um mar vermelho quente e úmido, coisa traiçoeira, cheia de ressaca, um mar revolto que me engolia doído, pequeno. Eu pedia pra esporrar naquele rostinho e ela me dizia que não, pedia mais um pouco, lambia ela direitinho e ela deixava - só comigo e que me amava - e tudo explodia meu bem, tudo em mim estourava, um vulcão demoníaco que fervilhava meu pau e eu voava alto meu bem, voava até o céu e ficava pulando de nuvem em nuvem. Ela tinha porra minha por toda cara, pelos cabelos, pelos ombros e pela perna e a maldita se limpava com a língua, lambia os dedos como se fosse pêssego em calda, era lindo de ver e ela sabia disso. Depois eu pedia o cu e ela negava, tinha medo, achava errado, impuro, então eu levava ela pra jantar num restaurante bacana cheio de frescura, lambia ela direitinho, dizia que ela era a mulher da minha vida, ela fazia cara de assustada, me pedia pra ir devagar que o cu era virgem e que ela me amava, eu dizia tudo bem gata e a vadia gozava profissionalmente, uma, duas, três vezes. E nem digo isso contando vantagem, eu sabia que ela era perfeitamente capaz de gozar sem qualquer truquezinho barato que eu pudesse oferecer. Sabe, eu queria ser que nem esses caras com plástico no carro “Eu amo a Bahia”, esses caras que a gente vê por aí em porta de churrascaria, mas eu não sou assim, eu coloco uma blusa amarela, não dá certo, é feio, não combina. Eu não combino com amarelo, vermelho, eu sou um homem cinza e eu devia ter esfaqueado a vadia enquanto ela dormia. Agora ela fica me contando da sua vidinha nova, do seu carro novo, do apartamento novinho em folha e eu me arrependo de não ter passado a faca na garganta dela. Ela percebe e fica excitada, é claro, vadia. Mulherzinha infernal - acho que eu amo ela, amoela, amoela (sonoro).
Thais Verônica
terça-feira, 23 de junho de 2009
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