
Arranje uma boa desculpa para xavecar e ficar bem com seu amor.
Se você é um daqueles xavequeiros incorrigíveis e anda brigando com seu parceiro por causa disso, ai vai uma boa notícia: as pessoas podem flertar violentamente sem a menor intenção. Isso é o que diz o pesquisador Timothy Perper, que tem se dedicado ao tema há mais de 30 anos. Para ele não há nada de errado ou anormal nisso. O flerte seria como um jogo, uma dança para a qual todos já sabem os passos. Perper explica que esse jogo não é novidade. O primeiro guia publicado de “como flertar” foi escrito há dois mil anos por um sujeito chamado Ovid.
Alguns sinais de flerte são inconscientes e afloram como se instintivamente, sem que nós possamos evitar. Somos programados biológica e culturalmente a fazer isso. O etnologista Irenaus Eibl Eibesfeld, equanto pesquisador do Max Planck Institute, na Alemanha, filmou tribos africanas na década de 60 e descobriu que as mulheres faziam exatamente o mesmo olhar “penetrante” seguido de um inclinar de cabeça com “sorrisinho” que ele constatou na América.
Jeffry Simpson, diretor do programa de psicologia social da Universidade de Minnesota diz que mulheres ovulando tendem a flertar mais. A razão provável para isso é de que os homens, que se sentem atraídos por mulheres ovulando, têm mais chances de procriar e passar adiante esses genes “flertadores”, isto significa que os filhos terão mais filhos e assim por diante. Isto, é claro, não acontece de maneira intencional. É parte do impulso natural de procriação.
Para a psicóloga Antonia Abbey da Wayne State University, o flerte pode ser até mesmo um comportamento social de fuga. Ela explica que nós aprendemos algumas regras de como devemos nos comportar em certas situações. Isso ajuda as pessoas a saberem de que maneira se portar mesmo quando nervosas. E assim como aprendemos a nos comportar em um restaurante ou uma reunião de trabalho, também aprendemos a nos posicionar diante do sexo oposto e fazemos isso sem nem perceber. Para alguns homens e mulheres, este comportamento é tão bem aprendido que flertar acaba sendo uma estratégia confortável de interagir com os outros. Em outras palavras: na dúvida, nós flertamos.
fonte: artigo “The Science of Romance” publicado na revista americana TIME, edição de Janeiro de 2008.
por Rafael Bianchi
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